Laudo atesta que homem que matou vizinho em Ribeirão Preto, SP, não tem problemas mentais
09/10/2025
(Foto: Reprodução) Laudo de psiquiatra atesta que suspeito de matar vizinho não tem problemas mentais
Um laudo psiquiátrico divulgado nesta quinta-feira (9) atestou que o manobrista Sérgio Salomão Fernandes não têm problemas mentais. Ele está preso por matar um vizinho no meio da rua em junho do ano passado e passou pela avaliação por determinação da Justiça.
A avaliação aconteceu dentro do presídio e a psiquiatra responsável pelo trabalho atestou que Salomão é imputável, que é quando a pessoa tem capacidade legal de ser responsabilizada por seus atos.
Segundo a profissional, o manobrista entendia o que estava fazendo quando matou o vizinho, Júlio César da Silva, de 60 anos, no dia 25 de junho do ano passado.
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Com o resultado da avaliação psiquiátrica, Salomão pode ir a júri popular pelo crime de homicídio doloso triplamente qualificado.
O manobrista tem histórico de perturbação do sossego e de ameaças contra moradores do condomínio Parque Residencial Jardim das Pedras, no Jardim Paulista, zona Leste de Ribeirão Preto (SP), onde morava.
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Ele foi expulso do local, também por determinação da Justiça, em junho do ano passado, três dias depois do crime.
Sérgio Salomão Fernandes, suspeito de agredir e matar idoso em Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
À EPTV, afiliada da TV Globo, o advogado de defesa de Salomão, Ricardo Rocha, disse que ainda analisa o resultado para decidir o que vai ser feito.
"A defesa entende que a denúncia é exagerada, as qualificadoras apresentadas pelo Ministério Público não coadunam com os fatos apresentados que foram ouvidos, tanto pelas testemunhas oculares, como pelas câmeras de seguranças apresentadas no processo. No julgamento pelo pelo júri popular, a defesa vai conseguir comprovar de que, na verdade, não foi premeditado esse crime, foi uma briga entre dois vizinhos que acabou nessa fatalidade".
Para o Ministério Público, Salomão agiu com a intenção de matar, por motivo fútil, meio cruel e com recurso que dificultasse a defesa da vítima.
O crime
O crime aconteceu no cruzamento das ruas Barão do Amazonas e Mariana Junqueira, no Centro de Ribeirão Preto, na manhã do dia 25 de junho de 2024.
Júlio César da Silva foi espancado por Sérgio Salomão e chegou a ser socorrido e levado à Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos. Os dois tinham um histórico de desentendimentos e o crime chocou os moradores do condomínio Jardim das Pedras, onde moram cerca de 6,5 mil pessoas.
Dias após matar o vizinho, Salomão foi expulso do condomínio onde vivia sozinho, no bairro Jardim Paulista. A Justiça autorizou a medida proposta pela administração do residencial devido a uma série de problemas apresentados pelo morador.
Imagens de câmeras de segurança obtidas pela EPTV registraram o comportamento agressivo e intimidador de Sérgio nas áreas comuns do condomínio.
Os vídeos mostraram o manobrista armado com uma faca e uma marreta, intimidando pessoas que conversavam ou caminhavam pelo condomínio.
Sérgio Salomão Bernardes segura marreta e intimida jovens moradoras de condomínio em Ribeirão Preto, SP
Câmeras de segurança/Reprodução
Em um dos vídeos, ele marretava paredes do próprio apartamento. Segundo moradores, ele ameaçava derrubar as estruturas, explodir o imóvel com um botijão de gás e ainda incomodava com o barulho nas madrugadas.
A situação se intensificou a ponto de Sérgio fazer ameaças constantes a idosos e até a crianças. Diversos boletins de ocorrência foram registrados na Polícia Civil contra o manobrista.
No dia em que Júlio César morreu, Sérgio se encontrou com a vítima na Rua Barão do Amazonas, próximo à Rua Mariana Junqueira. Segundo uma testemunha, os dois caminhavam juntos até que começaram a discutir.
A testemunha disse que, de repente, Sérgio deu um soco no rosto de Júlio César, que caiu no chão e bateu a cabeça com força na calçada. Enquanto estava caído, Júlio César teve o tórax pisoteado mais de uma vez pelo agressor.
Júlio César da Silva foi agredido e morto em Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
Apesar de ter sido socorrido, Júlio César morreu no dia 26 de junho. Salomão foi preso em flagrante e a Justiça tornou a prisão preventiva. Ele afirmou na época à polícia que havia agido em legítima defesa após ser agredido por Júlio César.
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