MP suspeita que professora foi morta envenenada em Ribeirão Preto, SP, após pedir divórcio a médico
07/05/2025
(Foto: Reprodução) Na véspera de ser encontrada morta em apartamento, Larissa Rodrigues enviou mensagens ao marido falando de encontrar advogado para tratar de separação. Companheiro dela e a sogra foram presos. Professora morta em Ribeirão Preto mandou mensagem a marido falando sobre divórcio
O Ministério Público suspeita que a professora de pilates Larissa Rodrigues tenha sido morta em Ribeirão Preto (SP) porque tinha a intenção de se divorciar do marido. O médico Luiz Antonio Garnica foi preso na terça-feira (6) suspeito de matar a esposa envenenada, em março deste ano. A mãe dele também foi presa por suposta participação no crime.
“O que a investigação aponta, até o momento, é bom deixar claro, é que a vítima tensionava, buscava o divórcio do investigado. Inclusive já tinha mandado mensagens para ele na véspera, na noite anterior ao crime, dizendo que na segunda-feira eles poderiam entrar em contato com o advogado para resolver tudo. Então, me parece que a motivação do crime é com relação ao pedido de divórcio”, diz o promotor de Justiça, Marcus Tulio Nicolino, que acompanha o caso.
A defesa do médico disse que ainda não teve acesso às provas produzidas pela polícia e que Garnica é inocente.
Já a defesa de Elizabete Arrebaça, mãe dele, informou que vai entrar com pedido de liberdade, porque a idosa tem vários problemas de saúde e não existe cadeia pública na região em condições adequadas ao tratamento que ela precisa.
Recentemente, Larissa havia descoberto uma relação extraconjugal do marido. À Polícia Civil, uma prima declarou que ela estava chateada com a situação e que chegou a confrontar o companheiro, que negou a traição.
Amiga da professora, a empresária Maísa Ramos contou que há pelo menos um ano e meio, Garnica não saía nem viajava mais com a esposa, mas fazia questão de saber onde ela estava por meio de rastreamento no telefone celular e no carro da vítima.
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Mensagens enviadas por Larissa Rodrigues ao marido Luiz Antonio Garnica antes de morrer em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Para o promotor, uma eventual disputa por bens entre o casal não está descartada para a investigação.
A prisão de Garnica e da mãe dele, Elizabete Arrabaça, é temporária e vale por 30 dias.
Com as detenções e a partir do material extraído de celulares e computadores apreendidos, o delegado Fernando Bravo, que chefia a investigação, espera esclarecer a motivação do crime.
O telefone da amante do médico também foi apreendido. Em depoimento à polícia, segundo o promotor, a mulher contou que dormiu com o médico na noite anterior à morte de Larissa.
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Larissa Rodrigues, o médico Luiz Antonio Garnica e a cachorra do casal, Pandora, em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/Redes sociais
Chumbinho detectado em exame
O laudo toxicológico feito no corpo da vítima apontou a presença de chumbinho no organismo dela. O resultado aliado com depoimento de uma testemunha foram determinantes na prisão de mãe e filho, segundo o delegado.
“No decorrer das investigações, fomos ouvindo diversas testemunhas que levantaram as suspeitas de que pudesse ter sido um homicídio. Isso foi confirmado com a conclusão do laudo toxicológico que detectou a presença do veneno conhecido popularmente como chumbinho no corpo dela”, disse Fernando Bravo.
Uma dessas testemunhas é amiga da mãe de Garnica. Ela relatou à Polícia Civil que 15 dias antes da morte da professora, Elizabete entrou em contato para saber se ela tinha chumbinho em sua fazenda ou se sabia onde poderia encontrar a substância.
A professora de pilates Larissa Rodrigues morreu em Ribeirão Preto, SP, em março deste ano
Arquivo pessoal
Segundo a testemunha, Elisabete disse que o veneno era para uma amiga. Ela desligou o telefone depois que a mulher respondeu que não tinha e não sabia como comprá-lo.
A investigação busca entender como mãe e filho conseguiram a substância e como ela foi administrada.
Uma das suspeitas do delegado é que Larissa tenha sido envenenada aos poucos, porque contou a amigos que passava mal toda vez que a sogra a visitava. Ainda de acordo com as investigações, Elizabete foi a última pessoa a vê-la com vida na véspera da morte.
"Isso é um indicativo de que ela foi sendo envenenada aos poucos, o que corrobora todas as informações que pegamos, ter passado mal durante a semana, após a visita da sogra. Isso é um indicativo de que ela, para nós, foi envenenada aos poucos", disse Bravo.
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